Arapiraca, no interior de Alagoas, tem registrado uma série de tremores de terra desde 2021, e um estudo recente de pesquisadores da Universidade Estadual de Alagoas (Uneal) traz novos dados sobre o fenômeno.
O levantamento, realizado pelos geógrafos Willian Almeida, Marcos Araújo e Sandro Maciel, revela que a região noroeste da cidade, especialmente após o Residencial Brisa do Lago, concentra mais de 70% dos epicentros dos abalos sísmicos registrados.
A análise também indica que esses tremores têm maior incidência nas áreas rurais, nas proximidades de Craíbas.
O Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LabSIS/UFRN) corroborou os achados com a identificação de um abalo de magnitude 2.1 mR na madrugada do último domingo (23), que foi sentido em vários bairros de Arapiraca.
Este evento é apenas um dos muitos que têm ocorrido na cidade, todos de baixa magnitude, mas que demonstram uma frequência crescente nos últimos anos.
De acordo com os pesquisadores, uma das hipóteses para a intensidade da atividade sísmica é a intervenção humana na região, como a exploração de recursos naturais.
Eles ressaltam que a atividade de mineração ou outros processos antrópicos podem estar influenciando as condições geológicas locais e intensificando os tremores.
O estudo também aponta que a ocorrência dos tremores pode estar relacionada à reativação de falhas geológicas pré-existentes e zonas de cisalhamento.
Essas fraturas na crosta terrestre, onde as rochas se deslocam, podem ser responsáveis pelos abalos, mas as zonas de cisalhamento, que envolvem deformações mais profundas e complexas das rochas, também devem ser monitoradas com mais atenção, segundo os pesquisadores.
Este mapeamento detalhado das áreas afetadas destaca a necessidade urgente de um monitoramento contínuo da sismicidade em Arapiraca, já que os tremores, embora de baixa intensidade, podem indicar mudanças significativas nas condições geológicas da cidade, com potenciais impactos para o futuro da Região.

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