Enquanto professores de Maceió seguem em greve, esperando pacientemente que a gestão municipal descubra onde guardou o reajuste previsto por lei, o prefeito JHC (PL) resolveu que o verdadeiro investimento prioritário da cidade era outro: o São João da OAB. Afinal, se a educação anda sem música, a advocacia não pode ficar sem forró.
A festança aconteceu no dia 30 de maio e, para garantir que o arrasta-pé fosse digno de nota, a Prefeitura liberou nada menos que R$ 400 mil via Fundação Municipal de Ação Cultural (FMAC). Um aumento generoso de R$ 120 mil em relação ao ano passado. Para os professores, aumento mesmo, só na paciência.
O evento, promovido por uma entidade privada e com venda de ingressos, recebeu o mimo público sem cerimônia. Já os servidores da educação e da saúde, continuam ganhando ingressos gratuitos para a indignação e o descaso.
Enquanto isso, Maceió segue com ruas alagadas, escolas em estado precário e unidades de saúde à beira do colapso. Mas pelo menos, por uma noite, teve Cavaleiros do Forró e Tarcísio do Acordeon pagos com o dinheiro de quem também não teve aula nem atendimento básico.
Enquanto a cidade desaba sob o peso da precariedade, a gestão JHC parece ter escolhido sua prioridade: a cultura da festa acima da dignidade do servidor. Se a política é o palco, Maceió está vivendo uma comédia de mau gosto — paga com o suor do contribuinte.

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